Portugal é rico em tradições de carnaval que remontam aos tempos dos Celtas, pré Romanos no território nacional. Sobretudo no norte, existem muitas vilas em que todos os anos saem à rua mascarados, reproduzindo percursos e usando trajes que passam de geração em geração. Em Aigra Nova, Góis, Coimbra, amanhece-se cedo. Pelas nove e meia reunêm-se os mascarados. Envergam roupas velhas, muitas vezes mal vestidas, com soutiens por cima da roupa, e conjugação de vários estilos. Sem se entender, podemos estar perante com homem vestido de mulher ou uma mulher vestida de homem. As máscaras de cortiça, criam uma barreira entre o folião e os habitantes. Munidos de bugalhos e alecrim, vão em bando e com banda, visitar as aldeias circundantes deixando um rasto de ‘destruição’ gostam de brincar e qualquer objecto serve, tanque de roupa, paus de couves, banheiras, galhos, roupa de estendal. Acordam os vizinhos batendo nas portas e onde houver uma passagem invadem as casas. Bebem e comem e dizem quadras dedicadas aos habitantes, muitas vezes retratando episódios caricatos ou personagens das vilas. Bloqueiam estradas, passeiam e acima de tudo espalham alegria e folia.
Adoro este ensaio. Gosto muito da tua linguagem visual, em particular da forma como consegues usar o espaço negativo em muitas das tuas fotos. Gosto de praticamente todas as fotos, mas adoro a da Rua das Almas, e da penultima, onde se consegue ver o resultado das partidas dos caretos. Continua o bom trabalho, mal posso esperar pelas próximas… 🙂